“Eu vou te dizer o que significa liberdade para mim: não sentir medo”
Falar de Nina Simone, muito mais do que falar de música, jazz, blues, soul, gospel, piano… é falar de voz. Voz que se levanta na luta pelos direitos civis da população negra estadunidense.
“É uma obrigação artística refletir o meu tempo”
Sua voz é símbolo de resistência. Vive e ainda ressoa.
Dentre inúmeros sucessos de beleza inquestionável como Feeling Good, I Put a Spell on You, Ain’t Go No – I Got Life, Nina compôs Mississipi Goddamn, em 1964, sobre o massacre racista ocorrido em 1963, que matou quatro crianças negras em uma igreja batista em Birminghan, no Alabama.
Mississipi Goddamn tornou-se um hino ao movimento negro estadunidense e Nina colocou sua arte a serviço da luta pelos direitos civis. Esse movimento da artista, na mesma medida em que a evidenciou no palco histórico contra o racismo, acarretou vários prejuízos a sua carreira, o que acabou por ocasionar uma pausa dos palcos e sua saída dos EUA em 1970. Foi para a Libéria e vários países da Europa. Retornou aos palcos 10 anos depois.
Em 1968, com o assassinato de Martin Luther King, compôs Why? (The King of love is Dead) que cantou no enterro do Dr. King.
Nina Simone e sua voz marcante pulsam a cada capítulo escrito por Octavia Butler em Kindred – Laços de Sangue, ficção científica instigante que viaja entre os tempos modernos e os modelos escravagistas da história dos EUA em uma reconstrução da memória e em uma construção de futuro possível.
Assim como Nina, Kindred nos fala de esperança, e você pode saber mais aqui.